terça-feira, julho 29, 2008

Portugal na COM Radio

Dia 65: Por donde andamos?

Portugal foi o tema central de debate do programa da tarde de Segunda-feira da emissora catalã COM Radio (http://www.comradio.com/). A producção do programa pediu a colaboração de Can Portugal para encontrar um sítio em Barcelona relacionado com Portugal... por motivo de férias, A Casa Portuguesa está fechada; fica a questão no ar: Além d'A Casa não há outro espaço luso em Barcelona?...terá sentido uma Casa de Portugal (que não A Casa) em Barcelona? Um agradecimento especial à COM Radio pela iniciativa.

terça-feira, julho 01, 2008

Não fui eu que escrevi este texto...

Dia 64: ... mas não podia estar mais de acordo.

O texto é um artigo de opinião de João Miguel Tavares publicado no jornal Diário de Notícias do dia 1 de Julho, ou julho (com minúscula, segundo o novo acordo ortográfico) e reza assim:

"Eu gostava de ser como Vasco Graça Moura e ter suficiente sabedoria para alinhavar dezenas de textos indignados sobre o Acordo Ortográfico. Só que o destino das consoantes mudas não me comove e a traição à raiz das palavras não provoca em mim o mais pequeno sobressalto. Mas sou sensível à questão da língua neste ponto: parece-me evidente que a escola tem cada vez mais dificuldades em meter na cabeça das criancinhas o gosto pelo português. Entre a contagem dos decassílabos d'Os Lusíadas e a promoção de "conhecimentos metalinguísticos", por algum lado o prazer se esvai. Prova disto: a recém-lançada colectânea de música Novos Talentos Fnac, que, na sua candura, me inquieta mais do que passar a escrever "coletânea" em vez de "colectânea".Não me entendam mal: a ideia da compilação - permitir a gente nova gravar um tema em boas condições técnicas e divulgar o seu nome num disco patrocinado pela Fnac - é óptima, o preço uma pechincha (quatro euros por um duplo álbum) e os lucros até revertem para a AMI. Tudo ali é bem tratado, dos músicos aos consumidores. Tudo, menos a língua portuguesa. Porque, neste campo, acontece com a compilação de 2008 o mesmo que já acontecia com a de 2007, em que 13 das 17 músicas (76 por cento!) eram inglesas no título. Abertura do disco 1: os lisboetas The Guys from the Caravan, com o tema Just Kiss Me. Abertura do disco 2: Circles, dos The Pragmatic. E a coisa continua por aí fora, com a suprema ironia de haver pelo meio uns The Portugals, interpretando Give It to Me.Eu sou filho, tanto como esses rapazes, de uma cultura imensamente marcada pela língua inglesa - e gosto muito. Mas é suposto haver uma certa distância entre aquilo que nos entra pelos ouvidos e aquilo que nos sai pela boca. É certo que há casos de portugueses a tocar com americanos, formando bandas transatlânticas, mas essas são excepções: o resto é mesmo pessoal da Brandoa a fingir que é de Bristol. E isso é bem mais grave, e mais sintomático da falência do português, do que o abate das consoantes mudas. Porque, das duas uma: ou se reduz uma canção à sua melodia, o que já por si diz muito da decadência das palavras, ou então não se percebe como é que um artista português, para se expressar publicamente, deixa de fora a língua que usa na rua, nas conversas de amigos, nas declarações de amor. Não se trata aqui de "proteger" o português ou de resistir a invasões culturais, que são argumentos do tempo da Outra Senhora. Trata-se, isso sim, de acreditar na arte como uma extensão da vida - e de ver com espanto que a riqueza da língua e as suas potencialidades musicais não motivam minimamente jovens criadores, num meio tão popular quanto o das canções. Pode ser uma fase, é certo, mas se é uma fase já dura há demasiado tempo. Por mim, podem perfeitamente mudar a forma como se escreve em português - convinha é que ele continuasse a ser escrito."

Em Can Portugal, não se defendem atitudes radicais, por isso tentarei ser o mais diplomático possível comentando um comentário (passe o pleonasmo) de uma senhora acerca do novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa num jornal nacional.

O comentário da senhora:
"eu sou portuguesa, e acho uma autentica burrice começarmos a falar brasileiro, vou dar um exemplo: se formos tirar o C antes do T,fica: De fato tinhas razão, esta MAL, nao fato mas sim FACTO!!ESTA MALLL "

O meu comentário ao comentário da senhora:
Eu também sou um Português, autêntico (o acento circumflexo no "e" passou despercibido à senhora)... e na minha humilde opinião (repito que estou sendo o o mais diplomático que posso) acho que este comentário é um verdadeiro cocô...Perdão, minha senhora! Saiu-me em "brasileiro". O que eu queria dizer em Português, é que o seu comentário me pareceu um cocó (agora sim!)...ou usando uma palavra de grafia única, uma merda!!